Forma com que a Norte Energia conduz a mudança é alvo de críticas.
Empresa diz que população vai conhecer moradia com antecedência.
As famílias que serão remanejadas em função das obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no município de Vitória do Xingu, na região oeste do Pará, estão questionando a forma com que a Norte Energia vem conduzindo a forma de mudança para novas áreas.
A família de dona Maria da Graças mora em uma área que será afetada
pela formação do lago da hidrelétrica. Ela e outras seis pessoas vivem
há 17 anos em uma das casas que ficam às margens do rio Xingu, que será
totalmente alagado. No local, funciona um ponto e venda de peixes,
atividade que sustenta a família. Os imóveis terão que ser desocupados
em função da obra.
"Até agora ela [Norte Energia] não me disse como é que ela vai fazer
com isso; se ela vai me dar um ponto de comércio; se ela vai me dar
minha casa de morada; se ela vai me dar um quarto para o meu filho e um
quarto para o meu funcionário que tem lá atrás", questiona.
Preocupada com o futuro, dona Maria não perde nenhuma reunião
organizada pela Norte Energia nos bairros do município. Os funcionários
da empresa explicam como será feito o reassentamento das famílias
afetadas, mostrando detalhes técnicos do remanejamento urbano coletivo.
Mas os moradores cadastrados não estão satisfeitos.
"O modelo de casa em concreto, por exemplo, está gerando muita
polêmica. A construção da casa não é de conhecimento da gente. É uma
estrutura totalmente diferente. Quem acredita que essas casas vão servir
para a gente", pergunta o professor Antonio Silva.
Pelo menos 38 reuniões públicas terão que ser realizadas pela Norte
Energia como uma das exigências do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a liberação da licença
de operação da hidrelétrica de Belo Monte. Mas nem todos os moradores
concordam com as mudanças propostas.
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