Em Altamira, no sudoeste do Pará, policiais militares e do Corpo de Bombeiros querem que a empresa Norte Energia, responsável pela construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, pague um auxílio financeiro para a categoria. Segundo eles, o empreendimento tem provocado mudanças econômicas e sociais, gerando um grande aumento no preço do aluguel, além do crescimento da violência na cidade.
Na última terça-feira (13) a categoria realizou um protesto que seguiu em direção à Câmara Municipal de Altamira. Eles pediam aos vereadores a aprovação de um requerimento para que a prefeitura negocie, junto ao governo do estado e a Norte Energia, a criação de um benefício financeiro para as polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros do Xingu.
Além do aumento do custo de vida, a Associação dos Cabos e Soldados da PM e Bombeiros do Pará, reclama que o exercício da profissão ficou mais perigoso na cidade devido ao aumento da criminalidade, que teria ocorrido pelo crescimento populacional registrado nos últimos 2 anos.
A associação divulgou ainda dados de violência em Altamira, com base em um levantamento estatístico da PM. De acordo com a pesquisa, nos últimos dois anos, os flagrantes de crime aumentaram em 62%, já o número de armas apreendidas cresceu em 397% e as apreensões de crack tiveram um aumento de 900%.
"Tudo isso é consequência da vinda da Norte Energia, então, ela tem que nos dar condições de trabalho e de moradia digna", afirma Francisco Xavier, presidente da associação.
As imagens de circuitos internos dos estabelecimentos comerciais de Altamira confirmam casos recentes de violência. Na maioria das vezes, os assaltantes agem em postos de combustíveis e lojas do centro comercial do município. As ações criminosas ainda são realizadas durante o dia.
Os policiais alegam que está mais difícil controlar a violência com o trabalho ostensivo nas ruas da cidade. "Nós estamos com o efetivo bem reduzido para atender a toda essa população que chegou em Altamira", completa o presidente do Conselho Municipal de Segurança, Iramar Maués.
A Norte Energia não foi encontrada para falar sobre o caso. Já a assessoria da PM disse que o efetivo de agentes nos municípios do estado está de acordo com o número de moradores. No caso de Altamira, a polícia informou que aguarda um concurso público ainda em 2013 para aumentar o efetivo da tropa.
G1 PARÁ
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